O voo dos pássaros, a chuva caindo, o vento na janela, portas e gavetas abrindo e fechando. Desde cedo os sons e ritmos exercem uma forte atração sobre nós, podemos notar isso nitidamente quando vemos bebês, que nem se quer aprenderam a falar, movimentando o corpo e tentando cantarolar quando escutam música ou então como eles prestam atenção nos sons ao seu redor.
A música no dia a dia, tem o poder de acalmar e disciplinar uma criança, portanto facilita a aprendizagem, seja ela formal ou no âmbito familiar. A musicalização na educação infantil desperta o gosto musical, sensibilidade, criatividade, concentração, imaginação, memória, socialização e ritmo.
O contato com instrumentos musicais, ritmos do mundo, dança (lembrando que o movimento corporal está muito conectado à música), proporcionam momentos de expressão e comunicação. Por ter um caráter lúdico e expressivo, as atividades realizadas com músicas na escola auxiliam na desinibição das crianças, contribuindo assim para sua interação no meio social.
Outro ponto interessante é mostrar para as crianças a diversidade de estilos e gêneros musicais existentes ao redor do mundo, pois assim eles poderão comparar as diferenças e semelhanças de estilos de um local para o outro, além de conhecer instrumentos musicais diferentes dos utilizados em seu pais. Colocar os alunos em contato com o maior número de gêneros musicais expandirá seu universo musical.
Procure oferecer às crianças essa vivência, pois isso fará com que elas possam aprender a escutar com atenção obras musicais, distinguir diferentes sonoridades e apreciar a beleza dos sons. Além de contribuir para a formação musical dos pequenos, essa é uma ferramenta de ensino que proporciona respeito e reflexão, valores muitos importantes na vida.
A Musicalização na Educação Infantil
· Aguçar o senso rítmico e a percepção visual
· Ampliar ou desenvolver o gosto pela música
· Trabalhar a coordenação motora
· Desenvolver a sociabilidade e afetividade
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil aborda a importância de trabalhar com Artes em suas diferentes linguagens, dentre elas a música. Assim, tratando-se da música, o enfoque concentra-se na musicalização e não em educação musical. A partir da musicalização, pretende-se viabilizar a vivência e a reflexão sobre as questões musicais, por meio da expressão e sensibilização, com a perspectiva de que o indivíduo desenvolva habilidades, formule hipóteses e elabore conceitos sobre a música.
A abordagem demonstra ser muito significativa para o desenvolvimento dos estudantes, como forma de conhecimento e expressão ao alcance de bebês e crianças, assim como também atua na inclusão daquelas que apresentam necessidades especiais (BRASIL, 1998). O processo de construção do conhecimento envolvendo musicalização favorece o desenvolvimento afetivo da criança e aumenta a atividade cerebral. Sendo assim, melhora seu desempenho, proporcionando avanços relacionados à sensibilidade, à criatividade, ao senso rítmico, à imaginação, à memória, à concentração, à atenção, à autodisciplina, ao respeito ao próximo, à socialização e à apreciação musical.
Além disso, corrobora em uma efetiva consciência corporal e motora, favorecendo a integração social do sujeito (BRÉSCIA, 2003). Por não se caracterizar como um ser estático, a criança interage durante todo o tempo com o meio. A música tem o caráter de promover essa interação, pois carrega em si emoções, ideologias e histórias que muitas vezes se identificam com as de quem ouve (GONÇALVES et al., 2009).
Assim, a música demonstra ser de grande relevância na Educação Infantil. Portanto, observa-se que é muito importante considerar o seu uso nas atividades de expressão física e com brinquedos, nos exercícios de ginástica e rítmicos, nos jogos e nas rodas cantadas. Essa prática possibilita o desenvolvimento da linguagem corporal, em uma organização temporal, espacial e energética. A principal comunicação da criança ocorre por meio de sua expressão corporal e, cantando, ela é seu próprio eu, seu próprio instrumento (ROSA, 1990).
A vivência musical integra experiências em torno da prática e percepção, por meio do desenvolvimento e compreensão de brincadeiras que incluem ouvir, cantar, realizar jogos e/ou brincar de roda. A partir disso, as crianças começam a dominar tais conteúdos, o que permite uma transformação e recriação dos componentes das atividades citadas. O trabalho com a música também contempla a movimentação corporal, pois o som é uma onda que, ao se propagar e ser recebida pelo indivíduo, é interpretada pelo seu corpo e integrada em forma de gesto. Os movimentos de locomoção, os quais envolvem saltitar, galopar, correr, entre outros, e os de flexão, como balanceio, torção, estiramento, fazem relação direta com os diferentes gestos sonoros (BRASIL, 1998).
O conhecimento da linguagem musical por meio da musicalização, de acordo com Barreto (2000), se constrói com base em vivências e reflexões orientadas, as quais proporcionam o desenvolvimento da sensibilidade à música. Esse, por sua vez, ativa o desenvolvimento cognitivo, que favorece a construção significativa dos conhecimentos, equilibrando o terreno das emoções e estimulando as várias áreas cerebrais, o que melhora a concentração, memória, coordenação motora, socialização, acuidade auditiva e disciplina.
Em consonância, Bréscia (2003) diz que a música na vida das pessoas favorece melhorias na concentração e eleva o desempenho na aprendizagem de matemática, leitura e demais habilidades linguísticas. De acordo com o exposto por Snyders (1997), nota-se que a música não deve se fechar em seu próprio campo, sendo importante sua intervenção na interdisciplinaridade, de forma que sua colaboração possa repercutir positivamente. O trabalho em comum envolvendo outras áreas, tais como linguagem, matemática, movimento, artes visuais, natureza e sociedade é de grande relevância, uma vez que a partir da participação e contribuição delas, ocorre a ampliação da possibilidade de atingir resultados satisfatórios na instituição de ensino.
No contexto contemporâneo, o estímulo visual se sobrepõe aos auditivos de maneira implacável, e esses com o qual se convive se resume em uma quantidade exorbitante de ruídos. Com isso, a condição do desenvolvimento auditivo diminui. A escola tem o papel fundamental de desenvolver a escuta sensível e ativa nas crianças. Em razão disso, se faz necessário um trabalho que explore o universo sonoro, proporcione situações em que ela ouça com atenção, analise, compare e busque identificar diferentes fontes sonoras. Com a viabilização da proposta de musicalização, a criança estará ampliando sua capacidade auditiva, exercitando a atenção, concentração e a capacidade de análise e seleção de sons.
Dessa forma, torna-se possível identificar a importância das escolas em desenvolver seu trabalho visando à equidade, a fim de que todas as crianças, independente dos estímulos que recebem em virtude do ambiente sociocultural de que provenham, possam ter a oportunidade e condições para se educarem musicalmente (MARSICO,1982). Sobre a abordagem musical na escola, Gainza (1988) afirma que ela tem o objetivo de contribuir com a formação integral do ser, e não efetivamente formar músicos.
As propostas visam ao entendimento da linguagem musical por meio da vivência, favorecendo a abertura de canais sensoriais, os quais viabilizam a expressão de emoções, que por sua vez contribuem para a ampliação da cultura geral de forma prazerosa. A autora ainda informa que a musicalização pode contribuir com uma série de benefícios para a saúde, como, por exemplo, a prevenção de doenças, já que proporciona o alívio de tensões decorrentes da instabilidade emocional e fadiga. Além disso, por meio do estímulo musical e sonoro, a comunicação e descarga emocional promovem processos de expressão e, tratando-se do mental, oferece situações que contribuem para estimular e desenvolver o sentido da ordem, harmonia, organização e compreensão.
Segundo Penna (1990), a musicalização é um momento da educação musical no qual o indivíduo, por meio da vivência sonora, poderá construir conceitos que possibilitem a absorção das estruturas musicais enquanto elementos de uma linguagem. Tal trabalho desenvolve instrumentos de percepção importantes, a fim de que a pessoa seja sensível à música e possa absorvê-la, recebendo o material sonoro ou musical relacionado e articulado com suas experiências acumuladas e compatíveis com os esquemas de percepções desenvolvidas.
Dicas
Filmes
Escola de Rock
Quase Famosos
Sem Rumo
O Som do Coração
Whiplash - em Busca da Perfeição
Encruzilhada
Detroit, a cidade do Rock
Gonzaga, de Pai Para Filho
Amadeus
Entre Outros
Filmes de Dança – Ritmos
Dirty Dancing
Salsa
Flash Dance
Os Embalos de Sábado a Noite
O Cisne Negro
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Filmes Musicais
Os Miseráveis
Aquarius
Evita
La La Land
A Noviça Rebelde
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Séries
Glee
Empire
Dance Academy
Backstage
Star
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Livros
Kill Your Friends
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