segunda-feira, 24 de setembro de 2018

A EVOLUÇÃO DA MÚSICA NO MUNDO - DE 1700 Á 1899

(cravo)

1700
Bartolomeo Cristofori, construtor de cravos de Florença, cria o Piano, chamando-o de Gravicembalo col Piano e Forte, isto é, cravo com sons suaves e fortes. Enquanto as cordas do cravo são tangidas por bicos de penas, o piano tem suas cordas percutidas por martelos (revestidos de couro nos primeiros modelos), cuja dinâmica pode ser variada de acordo com a pressão dos dedos do executante.

(violão)

1850
Antônio de Torres Jurado, o pai do violão com as características que hoje conhecemos. Este luthier espanhol criou grandes mudanças na estrutura, que se mostrariam decisivas para o violão moderno. Dentre estas, a ênfase na madeira do tampo do instrumento para o timbre, e o comprimento das cordas em 65 cm, tamanho utilizado até hoje. Modifica também o tamanho do braço: maior e mais grosso que dos outros instrumentos fabricados na época e anteriormente. O violão de Torres é tão superior a tudo realizado até então, que o seu padrão muda os modelos de outros instrumentos na Espanha e, eventualmente, no mundo. As ideias de Torres criam toda uma escola de construtores.

(telefone musical)


1861
Philipp Reis, professor alemão, faz as primeiras transmissões de sons musicais por meio de fios. É o TELEFONE MUSICAL, (também chamado telefone filosófico).

(graham bell - telefone)


1876
Alexander Graham Bell, cientista escocês (Edimburgh), vivendo na cidade de Boston, EUA, experimenta mais um modelo de telefone, dos muitíssimos que já havia testado sem sucesso, desde dois anos antes.. Ele está sozinho no sótão de sua casa. Seu assistente, Thomas Augustus. Watson, encontra-se em outra sala. até onde está estendido um fio, Nesse dia, enquanto Bell está trabalhando, derruba uma pilha (invenção de 1801 do físico italiano Alessandro Volta). Os ácidos fortemente corrosivos caem sobre a mesa e molham suas roupas, estragando-as e ameaçando queimá-lo.

Bell grita instintivamente: "Mr. Watson, come here, I want you!" (Sr. Watson, venha cá, preciso do senhor!). Watson ouve a mensagem, transmitida pelo telefone, e acorre. Bell tem, então, 29 anos. É uma realidade o TELEFONE. Três dias antes desses acontecimentos, a 07 de Março, Bell já obtivera a patente no. 174.465, da invenção do telefone, mesmo sem ainda haver tido sucesso real em suas experiências com o aparelho.

A 25 de junho, Dom Pedro II, Imperador do Brasil, visitando a Exposição de Filadélfia (Exposição Universal), nos Estados Unidos, assombra-se diante da primeira demonstração pública do funcionamento do telefone de Graham Bell: Bell, no bocal, diz: “To be or not to be, that is the question”(ser ou não ser, eis a questão). Dom Pedro II, fone no ouvido, grita: " Meu Deus, isso fala!!!".

1877
Poucos meses depois da Exposição de Filadélfia chega ao Rio de Janeiro o 1º telefone do Brasil, o 1º fora dos Estados Unidos. Ou seja: O Brasil foi o segundo país do mundo a possuir telefone, logo depois de sua invenção nos Estados Unidos. O aparelho foi fabricado nos Estados Unidos, nas oficinas da Western and Brazilian Telegraph Company, especialmente para D. Pedro II, e instalado no Palácio Imperial de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, hoje o Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Ainda em 1877, começou a funcionar uma linha telefônica ligando a loja O Grande Mágico, na Rua do Ouvidor, ao Quartel do Corpo de Bombeiros.

(fonográfo)

Thomas Alva Edison inventa o FONÓGRAFO. O aparelho é um cilindro giratório recoberto com cera (ou estanho, cobre) onde são gravadas (riscadas) por uma agulha, as vibrações de um som emitido e afunilado em uma corneta, interligada a uma lâmina (membrana) que sustenta a agulha. Com a emissão do som o ar movimenta-se vibrando a lâmina que faz a agulha riscar em forma de ondas a superfície do cilindro que está girando. De forma inversa, ao girarmos o cilindro já riscado, com a agulha em contato, esta o lerá e transmitirá as vibrações para a lâmina (membrana), cujas vibrações, amplificadas pela corneta, emitirão o som.

É a chamada “gravação mecânica”, feita, não em discos, mas sim em CILINDROS DE CERA. Thomas Edison recita e grava em seu laboratório Mary tinha um carneirinho (Mary had a little lamb), trecho de um poema infantil muito em voga na época. Esta é A GRAVAÇÃO MAIS ANTIGA DO MUNDO! (CONFIRA NESTE LINK: https://www.youtube.com/watch?v=YBXyuY2J20o)

(tambores de cera)

(gravação)

1888
A 1ª MÚSICA GRAVADA DA HISTÓRIA, “Israel in Egypt”, gravada nos cilindros de parafina amarela de Thomas Edison. Executada sob a regência do maestro August Manns (CONFIRA NESTE LINK: https://www.youtube.com/watch?v=-qDwz3JdD1c). 

A 2ª MÚSICA GRAVADA DA HISTÓRIA, “The Lost Chord” composta por Arthur Sullivan, e interpretada por orquestra do Coronel George Gouraud. Gravada nos cilindros de parafina amarela de Edison (CONFIRA NESTE LINK: https://www.youtube.com/watch?v=Ir58Taq0xoM).

Emil Berliner, cria o GRAMOFONE, cuja principal característica é que grava magneticamente a voz num condutor metálico e reproduz os sons sobre uma superfície plana em forma de DISCO. Este sistema rapidamente suplantaria o fonógrafo e os cilindros de cera de Edison.

1889
Edward Easton funda a Columbia Graphophone Company a futura CBS RECORDS (atual Sony Music), a 1ª GRAVADORA DO MUNDO. A empresa, na verdade, começa (em Washington – District of Columbia - daí o nome) como uma distribuidora dos fonógrafos de Thomas Edison. Só a partir de, 1890, é que começaria a gravar cilindros de Música em escala comercial, (antes de popularizarem-se as gravações no formato de disco, criado por Berliner no ano anterior).

Na presença da Família Real, (o Imperador Dom Pedro II, a Princesa Isabel e seu marido, o Conde D’Eu), um dos príncipes, o Príncipe do Grão Pará, fala uma frase, e o outro, Dom Pedro Augusto, canta um trecho de música pelo "chifre do fonógrafo de Thomas Edison, tornando-se assim, ambos os príncipes, os primeiros a terem suas vozes gravadas no Brasil, estando também entre os primeiros do mundo todo. Após a demonstração o Conde D'Eu declarou: "...acho a invenção muito boa, mas, tenho certeza de que o público não a adotará, pois todos acharão, como eu, que são artes do diabo ou almas do outro mundo..." Quem apresenta o novo aparelho à família real, é Fred Figner, um tcheco naturalizado americano que aqui desembarcara alguns anos antes, trazendo na bagagem um fonógrafo com o qual faria exibições públicas por todo o país, o que o torna tão conhecido, que acaba tendo o convite da Família Real para uma demonstração.

(familia real)

(familia real)

1893
Roberto Landell de Moura, padre e cientista brasileiro, já em 1890, prevê em suas teses a telegrafia sem fio, a radiotelefonia, e a radiodifusão. Em 30 de junho de 1900, apenas um ano após a 1ª experiência realizada por Guglielmo Marconi (tido, quase unanimemente, como o criador do rádio), que transmitiu via ondas de rádio apenas o código morse, o padre gaúcho realiza em São Paulo, do alto da Av. Paulista para o alto de Sant’Ana, as primeiras transmissões de telegrafia e telefonia sem fio usando a voz humana, com aparelhos de sua invenção, numa distância aproximada de uns oito quilômetros em linha reta, entre aparelhos transmissor e receptor. Esta experiência é presenciada pelo Cônsul Britânico em São Paulo, C. P. Lupton, e uma grande multidão. Trata-se da 1ª transmissão da voz humana via ondas de rádio de que se tem notícia, em todo o mundo. Só um ano depois é que Marconi iniciaria as experiências com seu telégrafo sem fio.

1894
William H. Donaldson lança THE BILLBOARD ADVERTISING embrião da futura BILLBOARD MAGAZINE, uma das mais importantes e conhecidas revistas musicais em todo o mundo até hoje. Nesse início a revista é voltada para as empresas de impressão.

(revista billboard)

1898
Valdemar Poulsen, cientista dinamarquês, cria o 1º GRAVADOR MAGNÉTICO. As gravações são feitas em um fio de aço. O nome do aparelho é TELEGRAPHONE.

(gravador magnético)

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

EVOLUÇÃO DA MÚSICA - SÉCULO XX E XXI

Duas grandes revoluções marcaram a passagem do século XIX para o XX. A primeira sucedeu no interior da própria arte musical, na sua linguagem, por meio da quebra dos modelos tradicionais do fazer e do ouvir.

Os artistas modernistas ou modernos distanciaram-se da arte dos tempos anteriores, e passaram a enfatizar a necessidade de uma nova arte. Essa nova arte atendia aos desejos de um novo mundo – o das máquinas, das fábricas, da mecanização, das grandes cidades que surgiam com seus problemas.

(revolução industrial)

Além disso, destinava-se a um novo ser – diferente, mais consciente, torturado ou acomodado e que não deveria ser deixado pacificamente sentado fruindo arte. “A música” assumiu diferentes funções e aglutinou ideologias incompatíveis.

As duas grandes figuras musicais do período foram Arnold Schoenberg e Igor Stravinsky que criaram uma linguagem musical para o século XX. A palavra-chave era tonalidade, porque em 1908 Schoenberg começara a compor música ATONAL, isto é, música não centrada numa determinada tonalidade.

Ao contrário do que poderíamos imaginar, Schoenberg não se considerava um inovador, mas o continuador de uma tradição. A música que ele mesmo escrevia era baseada num estudo aprofundado que fizera da obra dos mestres do passado.

Ele foi um grande professor de música, tendo escrito obras didáticas de grande valor pedagógico, incluindo um dos mais importantes livros de harmonia tradicional de todos os tempos.

A influência do atonalismo sobre a vanguarda da música erudita foi enorme, durante mais de cinquenta anos. Muitos compositores utilizaram os procedimentos dodecafônicos para compor.

Alguns levaram o serialismo ainda mais longe, não fazendo apenas séries de notas ou alturas, mas também de valores rítmicos, de dinâmica, de timbres.

Embora a influência das sonoridades atonais sobre a música popular não tenha sido tão avassaladora quanto a que foi exercida sobre a música erudita, ela não pode ser desprezada, tivemos muitos ritmos nessa época importantes para a história da música que precisam ser conhecidas, tais como Jazz, com início no piano e tendo muito sucesso, também no pop, e o rock dodecafônico.

Talvez, a maior revolução estava por vir, pela revolução industrial que trouxe a possibilidade de se produzir música em massa e para a massa, a partir da invenção do gramofone, da gravação, do rádio. Nunca a música pudera alcançar como então distâncias tão longas, nem a voz humana se tornara tão potente.

(gramofone)

O vanguardismo, os experimentalismos e a música da indústria cultural compuseram uma nova configuração para o século XX. Um novo modo de produção artística surgiu, totalmente diverso do anterior, embora lidasse com os mesmos sons e dentro dos parâmetros da tonalidade, tida como a forma mais “natural” para a audição humana.

Seu alcance pressentia-se ser tão grande que assustava a todos, mesmo aqueles que haviam rompido de forma tão dramática com a tradição ocidental. E a questão do que era arte rondava os pensamentos.

Essa segunda revolução trazida pela música da cultura industrial, marcou a divisão entre arte musical elevada, a da alta cultura, de alguma elite, a chamada música erudita ou clássica, e a arte popular do povo, da baixa cultura.

Definiam-se por oposição; a cultura ficou como a marca da arte mais elevada, enquanto a comercialização e o consumo são características da arte mais baixa.

Alguns eufemismos começaram a tentar diluir esse abismo entre a alta e baixa cultura musical. Assim, em vez de música erudita fala-se, hoje, em música de concerto. Hobsbawm antecipou que o século XX seria “[...] o do homem comum, e dominado pelas artes produzidas por e para ele” (HOBSBAWM, 2009, p.191), em uma sociedade de produção e consumo em larga escala, isto é, na sociedade de massa. Essa passagem gerou profundas mudanças no modo de expressão, na linguagem musical, no modo de produção e no modo de execução e audição.

Dentre as tendências e técnicas de composição mais importantes da música do século XX encontram-se:

Impressionismo 

Nacionalismo do Séc. XX 

Expressionismo 

Música Concreta 

Serialismo 

Música Eletrônica 

Influências do Jazz 

Neoclassicismo 

Música Aleatória 

Atonalidade 

No entanto, se investigarmos melhor estas composições, encontraremos uma série de características ou marcas de estilo que permitem definir uma peça como sendo do século XX. Por exemplo: 

· Melodias: São curtas e fragmentadas, angulosas, em lugar das longas sonoridades românticas. Em algumas peças, a melodia pode ser inexistente.

· Ritmos: Vigorosos e dinâmicos, com amplo emprego dos sincopados; métricas inusitadas, como compassos de cinco e sete tempos; mudança de métrica de um compasso para outro, uso de vários ritmos diferentes ao mesmo tempo.

· Timbres: A maior preocupação com os timbres leva a inclusão de sons estranhos, intrigantes e exóticos; fortes contrastes, às vezes até explosivos; uso mais enfático da seção de percussão; sons desconhecidos tirados de instrumentos conhecidos; sons inteiramente novos, provenientes de aparelhagens eletrônicas e fitas magnéticas.

A década de 2000 pode não ter sido musicalmente marcada por novidades, já que poucos subgêneros ou estilos novos foram criados. Por outro lado, se a década de 2000 viu poucos estilos novos, como o rock emo, ela foi muito diversa e rica em sua convergência de estilos.

Estilos musicais fundiram-se, criando subgêneros, com especial influência do Hip Hop e R&B. O Pop também influenciou bastante estilos – rock, heavy metal, rap e hip hop, R&B, soul e até o jazz.

É quando explodem os estilos prefixados pelo pop, como pop-punk e pop-rock, e ocorre a divisão de águas no Hip Hop, que abraça elementos dance e pop.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

MÚSICA POPULAR


Os escravos tiveram o mesmo caso de dominação cultural que os índios, e sua cultura foram muito importantes para a formação da música brasileira atual, especialmente à música popular.

A vinda de grandes contingentes de escravos da África para o Brasil a partir do século XVI não foi o suficiente, no início, para que a cultura oficial os considerasse importantes.

Eles eram considerados como raça inferior e desprezível demais para ser levada a sério, mas seu destino foi diferente do destino dos índios, sua musicalidade logo foi notada pelo colonizador, e por eles serem uma etnia mais integrável à cultura dominante, do que os arredios índios, grande número de negros e mulatos (termo usado aos mestiços de africanos e brancos) passaram a ser educados musicalmente - dentro dos padrões portugueses, naturalmente – formando orquestras e bandas que eram muito louvadas pela qualidade de seu desempenho.

A partir do século XVII, eles começaram a formar irmandades de músicos, algumas integradas somente por negros e mulatos, irmandades que passaram a monopolizar a escrita e execução da música em boa parte do Brasil.

A maior influência africana na construção da música brasileira, veio da diversidade de ritmos, danças e instrumentos, que tiveram um papel maior no desenvolvimento da música popular e folclórica, a partir do século XX.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA



A música do Brasil se formou a partir da mistura de elementos europeus, africanos e indígenas, trazidos por colonizadores portugueses, escravos e pelos nativos que habitavam o chamado Novo Mundo.

Outras influências foram se somando ao longo da história, estabelecendo uma enorme variedade de estilos musicais. Na época do descobrimento do Brasil, os portugueses se espantaram com a maneira de vestir dos nativos e a maneira como eles faziam músicas: cantando, dançando, tocando instrumentos (chocalhos, flautas, tambores).

O maracá era um instrumento muito apreciado pelos índios tupis da costa do Brasil, e os índios costumavam dançar em círculos cantando e batendo os pés. Um dos cantos dos tupis era dedicado a uma ave amarela, uma espécie de arara, que eles chamavam “Canide Ioune” (ave amarela na língua tupi).

(maracá)


A música brasileira mistura elementos de várias culturas, principalmente as chamadas culturas formadoras, que eram a dos colonizadores portugueses (europeia), a dos nativos (indígena) e a dos escravos (africana).

É difícil dizer com certeza, quais foram os elementos de origem, mas sabemos que alguns instrumentos musicais, por exemplo, são tradicionais de certas culturas. Os primeiros professores de música no Brasil foram os padres Jesuítas, responsáveis pela catequese dos indígenas, a partir de 1549.

No sul do Brasil, os Jesuítas construíram as Missões, que era um projeto que além de levar cultura aos índios guaranis, também os ensinavam a religião católica, agricultura, e música vocal e instrumental, criando após dez anos, orquestras inteiras só de guaranis. Um filme que retrata muito bem a catequese feita na América do Sul pelos padres Jesuítas é o Filme “The Mission” (gravado em 1986), do Diretor Roland Joffé, com o ator Robert de Niro no papel principal. O mais famoso padre jesuíta das Missões foi o padre José de Anchieta (1534-1597), criador de muitas peças de teatro didáticas, que tinham a função de ensinar a religião de uma forma criativa e espetacular aos índios.

Os padrões de interpretação e estilo, obviamente eram todos da cultura europeia, e o objetivo era acima de tudo catequético, com escassa ou nula contribuição criativa original da parte dos índios.

Com o passar dos anos, os índios remanescentes dos massacres e epidemias aos quais sofreram durante todo esse período, foram se retirando para regiões mais remotas do Brasil, fugindo do contato com o homem branco, e sua participação na vida musical nacional foi decrescendo, até quase desaparecer por completo. Os indígenas não deixaram seus traços na construção da música brasileira, apenas em alguns gêneros folclóricos, mas de forma bem passiva, perante a imposição da cultura colonizadora.

Até Portugal foi a maior das influências na construção da música brasileira, erudita e popular, porque introduziu a música instrumental, harmônica, a literatura musical e boa parte das formas musicais cultivadas no país ao longo dos séculos, ainda que diversos elementos fossem de origem europeia e não portuguesa.

Até o início do século XVIII, a maior parte da música erudita era praticada apenas na Bahia e Pernambuco, mas no final do século, essa grande fusão de diversos elementos melódicos e ritmos africanos começaram a dar a música popular, uma sonoridade tipicamente brasileira, que se espalhou por todo o país e formou os primeiros nomes da música brasileira.

A partir de meados do século XVIII se intensificou o intercâmbio cultural com outros países além da metrópole portuguesa, provocando uma diversificação, como foi o caso da introdução da ópera italiana e francesa, das danças como a zarzuela, o bolero e habanera de origem espanhola, e das valsas e polcas germânicas, que se tornaram vastamente apreciadas.

Com a crescente influência de elementos melódicos e rítmicos africanos, a partir de fins do século XVIII a música popular começou a adquirir uma sonoridade caracteristicamente brasileira, que se consolida na passagem do século XIX para o século XX principalmente através da difusão do lundu, do frevo, do choro e do samba.

No século XX verificou-se um extraordinário florescimento tanto no campo erudito como no popular, influenciado por uma rápida internacionalização da cultura e pelo desenvolvimento de um contexto interno mais rico e propício ao cultivo das artes. É o período em que a música nacional ganha também em autonomia e identidade própria, embora nunca cessasse — e de fato crescesse — a entrada de novas referências estrangeiras.

A produção de Villa Lobos é o primeiro grande marco do brasilianismo musical erudito, mais tarde desenvolvido por muitos outros compositores, e combatido por outros, que adotam estéticas como o dodecafonismo e mais tarde a música concreta e a música eletrônica. No mesmo período a música popular ganha o respeito das elites e consolida gêneros que se tornaram marcas registradas do Brasil, como o samba e a bossa nova, ao mesmo tempo em que o rock e o jazz norte-americanos são recebidos no país com grande sucesso, adquirem feições próprias e conquistam legiões de fãs. Gêneros regionais de origem folclórica como a música sertaneja, o baião, o forró e vários outros também ganham força e são ouvidos em todo o território nacional.

Esse crescimento exponencial em quantidade e qualidade da atividade musical ao longo do século XX, que inclui o surgimento de inúmeras escolas básicas e academias superiores, gravadoras, fábricas de instrumentos, orquestras sinfônicas e conjuntos diversificados, emissoras de rádio e televisão, editoras de partituras, festivais e outras vias de produção e divulgação, tornou a música brasileira conhecida e apreciada internacionalmente, sendo objeto também de intenso estudo especializado no Brasil e no estrangeiro.