Duas grandes revoluções marcaram a passagem do século XIX para o XX. A primeira sucedeu no interior da própria arte musical, na sua linguagem, por meio da quebra dos modelos tradicionais do fazer e do ouvir.
Os artistas modernistas ou modernos distanciaram-se da arte dos tempos anteriores, e passaram a enfatizar a necessidade de uma nova arte. Essa nova arte atendia aos desejos de um novo mundo – o das máquinas, das fábricas, da mecanização, das grandes cidades que surgiam com seus problemas.
(revolução industrial)
Além disso, destinava-se a um novo ser – diferente, mais consciente, torturado ou acomodado e que não deveria ser deixado pacificamente sentado fruindo arte. “A música” assumiu diferentes funções e aglutinou ideologias incompatíveis.
As duas grandes figuras musicais do período foram Arnold Schoenberg e Igor Stravinsky que criaram uma linguagem musical para o século XX. A palavra-chave era tonalidade, porque em 1908 Schoenberg começara a compor música ATONAL, isto é, música não centrada numa determinada tonalidade.
Ao contrário do que poderíamos imaginar, Schoenberg não se considerava um inovador, mas o continuador de uma tradição. A música que ele mesmo escrevia era baseada num estudo aprofundado que fizera da obra dos mestres do passado.
Ele foi um grande professor de música, tendo escrito obras didáticas de grande valor pedagógico, incluindo um dos mais importantes livros de harmonia tradicional de todos os tempos.
A influência do atonalismo sobre a vanguarda da música erudita foi enorme, durante mais de cinquenta anos. Muitos compositores utilizaram os procedimentos dodecafônicos para compor.
Alguns levaram o serialismo ainda mais longe, não fazendo apenas séries de notas ou alturas, mas também de valores rítmicos, de dinâmica, de timbres.
Embora a influência das sonoridades atonais sobre a música popular não tenha sido tão avassaladora quanto a que foi exercida sobre a música erudita, ela não pode ser desprezada, tivemos muitos ritmos nessa época importantes para a história da música que precisam ser conhecidas, tais como Jazz, com início no piano e tendo muito sucesso, também no pop, e o rock dodecafônico.
Talvez, a maior revolução estava por vir, pela revolução industrial que trouxe a possibilidade de se produzir música em massa e para a massa, a partir da invenção do gramofone, da gravação, do rádio. Nunca a música pudera alcançar como então distâncias tão longas, nem a voz humana se tornara tão potente.
(gramofone)
O vanguardismo, os experimentalismos e a música da indústria cultural compuseram uma nova configuração para o século XX. Um novo modo de produção artística surgiu, totalmente diverso do anterior, embora lidasse com os mesmos sons e dentro dos parâmetros da tonalidade, tida como a forma mais “natural” para a audição humana.
Seu alcance pressentia-se ser tão grande que assustava a todos, mesmo aqueles que haviam rompido de forma tão dramática com a tradição ocidental. E a questão do que era arte rondava os pensamentos.
Essa segunda revolução trazida pela música da cultura industrial, marcou a divisão entre arte musical elevada, a da alta cultura, de alguma elite, a chamada música erudita ou clássica, e a arte popular do povo, da baixa cultura.
Definiam-se por oposição; a cultura ficou como a marca da arte mais elevada, enquanto a comercialização e o consumo são características da arte mais baixa.
Alguns eufemismos começaram a tentar diluir esse abismo entre a alta e baixa cultura musical. Assim, em vez de música erudita fala-se, hoje, em música de concerto. Hobsbawm antecipou que o século XX seria “[...] o do homem comum, e dominado pelas artes produzidas por e para ele” (HOBSBAWM, 2009, p.191), em uma sociedade de produção e consumo em larga escala, isto é, na sociedade de massa. Essa passagem gerou profundas mudanças no modo de expressão, na linguagem musical, no modo de produção e no modo de execução e audição.
Dentre as tendências e técnicas de composição mais importantes da música do século XX encontram-se:
Impressionismo
Nacionalismo do Séc. XX
Expressionismo
Música Concreta
Serialismo
Música Eletrônica
Influências do Jazz
Neoclassicismo
Música Aleatória
Atonalidade
No entanto, se investigarmos melhor estas composições, encontraremos uma série de características ou marcas de estilo que permitem definir uma peça como sendo do século XX. Por exemplo:
· Melodias: São curtas e fragmentadas, angulosas, em lugar das longas sonoridades românticas. Em algumas peças, a melodia pode ser inexistente.
· Ritmos: Vigorosos e dinâmicos, com amplo emprego dos sincopados; métricas inusitadas, como compassos de cinco e sete tempos; mudança de métrica de um compasso para outro, uso de vários ritmos diferentes ao mesmo tempo.
· Timbres: A maior preocupação com os timbres leva a inclusão de sons estranhos, intrigantes e exóticos; fortes contrastes, às vezes até explosivos; uso mais enfático da seção de percussão; sons desconhecidos tirados de instrumentos conhecidos; sons inteiramente novos, provenientes de aparelhagens eletrônicas e fitas magnéticas.
A década de 2000 pode não ter sido musicalmente marcada por novidades, já que poucos subgêneros ou estilos novos foram criados. Por outro lado, se a década de 2000 viu poucos estilos novos, como o rock emo, ela foi muito diversa e rica em sua convergência de estilos.
Estilos musicais fundiram-se, criando subgêneros, com especial influência do Hip Hop e R&B. O Pop também influenciou bastante estilos – rock, heavy metal, rap e hip hop, R&B, soul e até o jazz.
É quando explodem os estilos prefixados pelo pop, como pop-punk e pop-rock, e ocorre a divisão de águas no Hip Hop, que abraça elementos dance e pop.
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